sábado, 7 de agosto de 2010

Depois da hora

Noite pacata. Poucas pessoas. Os amigos de sempre não estão todos aqui reunidos, mas novos se reconhecem. E conversam. E brindam. As mesas são ilhas de feições interessantes nos mares de Uísque e Cerveja. No limiar da audição as histórias pairam, quando não, no silêncio. Os dois debochados e o velho sobrancelhudo num canto parecem jogadores e as garrafas e copos do lado de cada um poderiam na ilusão de um piscar de olhos parecer as enormes pilhas de ficha dos grandes apostadores, em meio à fumaça de cigarro e charuto.

O escritor conversa com o moço jovem de farda azul que usa um quarto no primeiro andar e parece interessado. Não toma notas. Apenas ouve suas poucas palavras com a avidez de um sedento que bebe de uma torneira gotejante. Nada escapa. Então ele se levanta e vem ao balcão pedir um pint de cerveja escura e pagar a quinzena de aluguel.
Temos um acordo muito bom. Ele respira, levanta os olhos escuros e sem desviá-los começa a contar...

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